domingo, junho 22, 2014

Michele...

Nas ultimas semanas estive pensando um pouco sobre a minha vida. De uma maneira geral eu procuro evitar pensar nisso, ou me apegar a tudo que não deu certo para mim. Vou tentar ser um pouco mais clara.

Sou uma mulher de 27 anos, que ainda não concluiu o ensino superior, que tem um emprego medíocre (há e também faz um curso superior medíocre), não tem uma vida independente, além de sérias dificuldades de relacionamento. Quando coloco essas coisas no papel, eu penso: é isso mesmo?
Quando era criança, sempre pensei que nessa idade teria uma vida estável, mas nada disso aconteceu. Em alguns momentos, gostaria de ser um pouco mais independente e não digo financeiramente, mas gostaria de precisar menos da minha mãe, por exemplo. Até porque minha existência sem minha mãe me parece o fim de tudo. Gostaria de ser uma mulher mais amável e mais madura. Gosto de ter personalidade e gosto do meu sarcasmo, somado ao humor negro. Mas, gostaria de ser aquela pessoa doce, que todo mundo gosta. Sempre me aceitei muito como sou, mas as vezes é difícil ser julgada todo tempo. Poucas pessoas estão de verdade em meu coração e poucas posso dizer que amo. Minha família é composta de gente que tenho desprezo. Busco então escolher amigos, pessoas que admiro para estar a minha volta. Posso dizer que tenho uma amiga de infância, que vai se casar em breve. Não tenho amigos da escola, acho que porque as relações eram superficiais. Tenho bons colegas da faculdade, mas em relações superficiais que acabarão junto com o curso em meados de2015. Trabalhei em uma empresa por 5 anos e lá, acho que minha vida pessoal começou a mudar um pouco. Lá eu conheci pessoas especiais, gente que me fez querer viajar e conhecer coisas novas. Saí de lá e muitas dessas pessoas continuaram na minha vida. Comecei um novo ciclo em outra empresa e para a minha surpresa, lá conheci a maior quantidade de gente medíocre que poderia imaginar existirem. Mas, em meio a sujeira, também é possível conhecer gente do bem. E lá posso dizer que fiz bons amigos, pessoas que quero sempre por perto. Meus amigos pessoais, fora os que conheci em ambiente de trabalho e que estão em minha vida há muitos anos tem certa dificuldade de me entender. Tenho uma grande amiga há uns 8 anos e poxa, dois outros amigos nessa faixa também. Mas sinto que para eles as vezes é difícil entender meu hábito de gostar da solidão. Eu sempre gostei de ficar sozinha, comigo mesma. Gosto de música, de ouvir ao mesmo tempo em que leio um bom livro. Troco muitas coisas para estar na companhia de um livro. Muitas vezes é difícil para os meus amigos entenderem que eu quero simplesmente ficar comigo mesma, por isso não telefono, por isso não respondo e-mails ou mensagens, nem quero sair para um bar, ou para dançar. Eu sou diferente da maioria e adoro pegar uma taça de vinho, meu notbook e devanear com minhas palavras. As vezes eu penso que na minha vida só preciso de música, livros e da minha mãe. Que nada mais me faria falta. Só que aí, me lembro que estou no mundo real e que preciso me formar, que preciso de um bom emprego, preciso estar na sociedade, preciso estar antenada, informada e etc. Enquanto escrevo tudo o que sinto, meu celular não para de apitar com milhares de mensagens do grupo de amigos que conheço há tantos anos e que amo, mas que não estou com vontade de ficar contando piada, ou falando de sexo. Eu quero apenas ficar comigo mesma e escrever o que sinto.
Gosto de estar com as pessoas. No trabalho, gosto de ter gente por perto, na faculdade também e um dia, onde quero beber umas cervejas em um bar, também quero ter para quem ligar. Mas, na maioria do tempo, eu quero apenas ficar comigo mesma. Se eu pudesse, seria escritora, ficaria no meu mundo particular e ainda ganharia dinheiro por isso. Acredito que o sonho que está dentro de nós nunca precisa morrer. Eu busco ainda ser entendida. Meus amigos de longa data e meus novos amigos são essenciais, mas a essência superior sou eu mesma e o fato de me bastar constantemente.

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