quarta-feira, outubro 31, 2007

Pobre menina, não tem ninguém... =p









































Engraçado, ontem quando escrevi esse texto, narrativa, historinha, ou o que seja... rs.. eu devia está prestando atenção em outras coisas, mas me veio esse assunto na cabeça, enquanto eu olhava pra janela esperando a hora de ir embora... kkkkkkkkk
Acabou saindo um pouco maior que eu esperava, mas ficou tão legal (pelo menos pra mim) que resolvi colocar aqui logo hj.
E pensando na Lia, acho que ela deveria pensar na segunda janela e esquecer a vista cinza, os amores vão e vem, mas o que Lia sentiu é só dela, ela também não devia se sentir culpada, pq a sinceridade e verdade fazem dela especial e do mentiroso uma pessoa digna de pena.
Acho que minha Lia um dia vai perceber isso... haha
Vamos ao texto:

Uma história de amor

Da janela ela avistava o horizonte, o vento balançava seus cabelos, em sua cabeça todos aqueles rostos tristes, ou era assim que ela os via.

Lia só enxergava dor, desde o dia em que seu coração se partiu. E daquela janela, Lia via o mundo com olhos de mágoa.

─ Nunca perdoarei a frieza do seu adeus, nem o momento em que jogou meu amor fora como se nada fosse.

Pobre Lia! Pobre menina que criou um amor, que sonhou e iludiu-se. Ela lembrava-se sempre, como uma voz que não se calava em sua memória:

─ Amo-te tanto, minha doce menina. Meu amor por ti é eterno e imutável.

E ela gritava para si mesma:

─ Burra! Acreditastes em palavras vazias.

Lia culpava-se por ter amado de verdade,por ter dado amor a quem não compreendia e pensava “talvez eu também não o compreenda”.

O amor de Lia era forte, intenso, bonito e acima de tudo verdadeiro, tão sincero.

Em sua cabeça havia apenas perguntas, mas nenhuma resposta para o motivo que teria levado uma pessoa a dizer o que não sentia, ou não entendia.

O amor não era simples de entender, mas Lia tinha certeza que não era possível que alguém se enganasse tanto em relação a ele. Quando se ama com verdade, o mundo nos parece perfeito, as cores mais vivas, os sabores mais gostosos e as palavras saem com facilidade e do fundo do coração. Com Lia as coisas foram assim, ela se sentia capaz de voar e era capaz de morrer por aquele amor, de esquecer o mundo, era como se ela não precisasse de mais nada, nem ninguém, aquele amor era como o ar em seus pulmões, era a razão que ela sempre procurou pra viver. Era uma certeza única, Lia sabia que não havia como se enganar. Lia ouviu palavras doces e que para seus ouvidos pareciam as mais sinceras do mundo.

Ela pensava “encontrei meu amor de todas as vidas”.

Lia nunca devia ter criado ilusões. No coração de Lia as mágoas maiores não seriam o abandono, mas as mentiras e as piores mentiras, a de quem diz amar sem realmente entender o que significa essa palavra.

Ao fechar os olhos, Lia culpava-se por ter acreditado e dizia bem alto:

É culpa minha! Eu não vi nos seus olhos a mentira quando me declarava o seu falso amor. O ato de iludir-nos é intrigante, como decifrar um falso olhar? Como não acreditar em quem nos diz a todo momento o tamanho de um amor que na verdade é falso, é um “amor de mentira”.

Era o que Lia tinha sempre em seu pensamento, ao mesmo tempo em que ela se culpava, ela se perdoava, por achar impossível encontrar a mentira em uma face límpida e falsa. Ela também se perdoava quando pensava em como é vazia uma pessoa que vive de mentiras, na verdade essas pessoas não entendiam o amor e como é maravilhoso ver o mundo com outros olhos, ver outras cores. Mas em seguida, a mágoa voltava ao coração de Lia e ela percebia que também assim ela via o mundo com outras cores, onde tudo era cinzento e todos os rostos tristes.

─ Se tivesse te visto e te amado sem uma palavra tua, mas tu me prometeu amor eterno. Se soubesses como é triste quem diz o que não pode cumprir, quem promete o amor que não tem para dar.

Só assim Lia descobriu que há ilusões que criamos depois de mentiras de outros, não apenas de sua própria fantasia. Ela culpava-o sempre por ter jurado amor de mentira, mas se culpava mais ainda. Sentia culpa por ter idealizado o que nunca existiu, culpa por ter aceitado restos de um amor irreal, culpa por ter continuado sonhando quando estava claro que o amor não existia.

E agora olhando dessa janela para um mundo cinza, Lia vai se culpando e se perdoando, dizendo que nunca mais irá amar, nem acreditar.

Pobre Lia, mais uma vez a iludir-se.

Tudo será diferente no dia que Lia acreditar nela, antes de acreditar que precisa de algo pra colorir seu mundo, ele já tem cores vivas, o que Lia precisa é entender que apenas ela partiu seu próprio coração, os outros somente fazem o que ela permite.

Bjinhos à todos e até a próxima!

domingo, outubro 28, 2007

Talvez...



Ondas

Cerca-me uma certa melancolia, um querer indecifrável. A minha volta ouço vozes, vejo luzes, mas esse mundo continua desconhecido. Pra onde quer que eu olhe é esse infinito que me envolve, forço meus olhos, mas não vejo o fim, só imensidão.

Um oceano que quer me afogar, por mais que eu nade, essas águas continuam a me derrubar, já não tenho forças pra nadar e deixo a água me levar.

Sou arrastada com tanta força e nem assim consigo sair desse pesadelo. E a cada noite e dia, novas ondas vêm pra me arrastar.

E a mesma melancolia volta junto com cada pesadelo, ou vida, ou o que quer que seja tudo isso que me atormenta e faz com que minhas noites sejam eternas, que minhas chuvas não passem, que as ondas não deixem de me arrastar a cada nova manhã que não vem.

Meus olhos se acostumaram a escuridão, meu corpo se acostumou a ser arrastado.

E aquelas luzes que um dia vi, não mais verei, pois irão ferir meus olhos e me cegar para sempre. E aquelas vozes que um dia ouvi, foram afastadas pelo silêncio que eu busquei, só ouço as ondas que me levam pro meu inferno particular.

Talvez sempre tenha sido cega e surda, meus olhos e ouvidos só captaram o que eu quis, o que me fez bem. Até o momento da onda de realidade me matar.



Bjinhos!

sábado, outubro 27, 2007

Escuro... rs



Noite

É nela que me sinto segura. Nas noites mais negras, assim me sinto como eu um filme, onde tudo está no lugar certo, do mesmo jeito que a lua no céu escuro.

Talvez a escuridão seja feita pra pessoas como eu, com seus toques de mistérios, com o medo que ela traz.

Muitos amam, outros odeiam os perigos que estão entranhados e nunca somem.

Mas só nas trevas podemos nos mostrar, só nela nossa face obscura aparece, cada um tem um pouco de escuridão em si.

A noite está dentro de mim, sua forma fascinante, seus segredos fazem o que sou.

Muitos de nós temos esses toques, escuros, negros, mas com alguns raios de luz, do mesmo modo que o céu tem a lua e estrelas, e mesmo a noite sendo assustadora, nos seduz.

Eu sou a noite. Você deveria ter um pouco dela também.



Bjinhos!

quarta-feira, outubro 24, 2007

EEEE chove no RJ



Hj não quis postar nada que eu escrevi, estou em um clima meio nostálgico e triste, acho que é a chuva que cai no RJ que me deixou assim, a chuva me mostra melhor o que sou, hj estou em um clima meio Robert Kincaid de ser =]
Aí resolvi postar um poema de um escritor que me inspira sempre, seus poemas parecem feitos pra mim.. huahuahuahua... sem falsa modéstia =p
Então, nesse clima Robert Kincaid, postarei um poema perfeito de Álvaro de Campos (quando crescer quero ser como ele).

Um beijinho especial pro meu pai, pra minha mãe e especialmente pra vc =p (não pro meu "pai" não, ele não merece... kkkk)


Insônia
Não durmo, nem espero dormir.
Nem na morte espero dormir.

Espera-me uma insônia da largura dos astros,
E um bocejo inútil do comprimento do mundo.

Não durmo; não posso ler quando acordo de noite,
Não posso escrever quando acordo de noite,
Não posso pensar quando acordo de noite —
Meu Deus, nem posso sonhar quando acordo de noite!

Ah, o ópio de ser outra pessoa qualquer!

Não durmo, jazo, cadáver acordado, sentindo,
E o meu sentimento é um pensamento vazio.
Passam por mim, transtornadas, coisas que me sucederam
— Todas aquelas de que me arrependo e me culpo;
Passam por mim, transtornadas, coisas que me não sucederam
— Todas aquelas de que me arrependo e me culpo;
Passam por mim, transtornadas, coisas que não são nada,
E até dessas me arrependo, me culpo, e não durmo.

Não tenho força para ter energia para acender um cigarro.
Fito a parede fronteira do quarto como se fosse o universo.
Lá fora há o silêncio dessa coisa toda.
Um grande silêncio apavorante noutra ocasião qualquer,
Noutra ocasião qualquer em que eu pudesse sentir.

Estou escrevendo versos realmente simpáticos —
Versos a dizer que não tenho nada que dizer,
Versos a teimar em dizer isso,
Versos, versos, versos, versos, versos...
Tantos versos...
E a verdade toda, e a vida toda fora deles e de mim!

Tenho sono, não durmo, sinto e não sei em que sentir.
Sou uma sensação sem pessoa correspondente,
Uma abstração de autoconsciência sem de quê,
Salvo o necessário para sentir consciência,
Salvo — sei lá salvo o quê...

Não durmo. Não durmo. Não durmo.
Que grande sono em toda a cabeça e em cima dos olhos e na alma!
Que grande sono em tudo exceto no poder dormir!

Ó madrugada, tardas tanto... Vem...
Vem, inutilmente,
Trazer-me outro dia igual a este, a ser seguido por outra noite igual a esta...
Vem trazer-me a alegria dessa esperança triste,
Porque sempre és alegre, e sempre trazes esperança,
Segundo a velha literatura das sensações.

Vem, traz a esperança, vem, traz a esperança.
O meu cansaço entra pelo colchão dentro.
Doem-me as costas de não estar deitado de lado.
Se estivesse deitado de lado doíam-me as costas de estar deitado de lado.
Vem, madrugada, chega!

Que horas são? Não sei.
Não tenho energia para estender uma mão para o relógio,
Não tenho energia para nada, para mais nada...
Só para estes versos, escritos no dia seguinte.
Sim, escritos no dia seguinte.
Todos os versos são sempre escritos no dia seguinte.

Noite absoluta, sossego absoluto, lá fora.
Paz em toda a Natureza.
A Humanidade repousa e esquece as suas amarguras.
Exatamente.
A Humanidade esquece as suas alegrias e amarguras.
Costuma dizer-se isto.
A Humanidade esquece, sim, a Humanidade esquece,
Mas mesmo acordada a Humanidade esquece.
Exatamente. Mas não durmo.

Por Álvaro de Campos.

domingo, outubro 21, 2007

Espelho...




Reflexo

No meu reflexo, vejo sombras, não consigo me ver em meio à escuridão dessa imagem que vejo refletida, nela não me encontro.

Fujo das sombras desse espelho que me reflete. Fujo porque através dele vejo o que sou e talvez não seja desse reflexo ilusório que fujo, mas da realidade por trás do reflexo e a realidade sou eu.

Meu reflexo queima meus olhos, tenho medo do que sou e olhando dentro dos meus próprios olhos nesse reflexo profundo e enigmático vejo o que os outros podem ver e também não entendo o que meus olhos assustados querem dizer.

Mas não é apenas um reflexo sombrio, é uma pessoa sombria, se fosse apenas uma sombra dentro de um olhar, mas é real.



Bjinhos!

quarta-feira, outubro 17, 2007

Paradoxos...




Inconsciência

Quando sou arrancada da minha inconsciência, clamo pela morte. Um desejo que me atormenta com violência.

Desejo que minha vida escorra de uma só vez, não dessa forma lenta, em doses fracas.

Somente na inconsciência eu descanso e afasto a morte que quer me arrastar, dilacerando minhas veias e deixando rastros do meu sangue pelo caminho.

Um sangue marcado pela minha amargura, que vai escorrendo até secar e não deixar marcas do que um dia eu fui.

Quero voltar pra minha inconsciência que me traz um segundo de paz, até que um dia ela se torne eterna, quando enfim minha última gota de sangue secar e eu deixar minha tormenta passar.

Bjinhos!

domingo, outubro 14, 2007

Nada =]



Infeliz

Sem essa dor, talvez nunca entenderia a felicidade.

Sem o meu lado cruel, você nunca entenderia como sou diferente do que pra você é normal.

Sem me perder, você nunca sentiria minha falta; nunca perceberia que talvez eu pudesse ser importante, assim como somente na escuridão sentimos falta da luz.

Eu nunca quis fazer de você infeliz e quanto mais tentei, mais o fiz. Tudo ao contrário se descobre.

No silêncio sentimos a falta das vozes... no mar, sentimos falta de terra. Distante sentimos vontade de está perto.

Assim vi como queria está junto de você. Você não quis me fazer infeliz e por isso fez.


Bjinhos!



Infeliz

Sem essa dor, talvez nunca entenderia a felicidade.

Sem o meu lado cruel, você nunca entenderia como sou diferente do que pra você é normal.

Sem me perder, você nunca sentiria minha falta; nunca perceberia que talvez eu pudesse ser importante, assim como somente na escuridão sentimos falta da luz.

Eu nunca quis fazer de você infeliz e quanto mais tentei, mais o fiz. Tudo ao contrário se descobre.

No silêncio sentimos a falta das vozes... no mar, sentimos falta de terra. Distante sentimos vontade de está perto.

Assim vi como queria está junto de você. Você não quis me fazer infeliz e por isso fez.

domingo, outubro 07, 2007

Não tenho nada pra escrever aqui =]




Ilusão

Quando o dia nasce nublado e eu vejo que nada foi o que eu pensei que fosse. Que eu deixei de ser o que era por uma idéia irreal, naquele dia que acreditei nas palavras que saiam de você como uma nova vida pros meus olhos.

Todas aquelas palavras que você me disse, que fizeram nascer em mim a certeza medíocre de ter você pra sempre. Fizeram nascer novos sonhos, e até uma nova realidade que eu criei através de você.

Em mim ao contrário de realidade, cresceram ilusões... tudo aquilo que você me fez acreditar, mas que não foi, nem nunca seria real.

E os dias nublados vieram a cada manhã, a partir do momento em que foram destruídas as ilusões que você mesmo criou e depois quebrou ao bater a porta quando partiu pela última vez, me deixando ali caída e finalmente descobrindo a ilusão em que estava mergulhada e da qual nunca quis sair, porque tinha me perdido e só achava você.

Quando aquilo que você sempre acreditou se quebra e suas ilusões são arrancadas de você, só resta aprender a andar novamente sem ter o mundo que você aprendeu a viver. Em um momento você era meu tudo e depois estou sem você e o que parece é que se está morrendo, pra nascer novamente sem ter aquilo que você sempre quis ter para sempre. A ilusão nunca poderá fazer de alguém mais feliz, mas quando essa ilusão é quebrada é uma dor inaceitável, criada por nossa própria fraqueza.


Bjinhos!

sábado, outubro 06, 2007

=]



Nosso final feliz!

A cada manhã te invento mais um pouco, a cada nascer do sol, a cada gota de chuva eu te remendo, te faço um pouquinho mais daquilo que me faz feliz, faço de você o que desejo, o que me satisfaz.

Em todos os nossos dias, eu vou acreditando na pessoa que eu inventei, te transformo no que você nunca será, mas isso... isso me satisfaz. Te quero do meu jeito, te quero a minha forma ideal.

Porque é meu prazer que está em jogo, é meu querer... tudo pro meu final feliz.

As mentiras que criei estão fortes dentro de mim, porque é isso que me satisfaz.

Meu querer e meu prazer criaram minha verdade inventada, de um você perfeito pra mim.

Mas o que será que quer o seu desejo? Nesse caso a dois, meu prazer não sobrevive em paralelo ao seu. Será que suas mentiras são como as minhas e seu prazer também inventado? Meu final feliz talvez não importe tanto pra você, como seu próprio final feliz.

Se nenhum de nós existir também não importa nas invenções que me satisfazem.


Bjinhos!